terça-feira, 10 de novembro de 2009

Fotógrafo da Folha da Região é entrevistado na Unitoledo

"Fotografia é momento, é estado de espírito". Alexandre Souza, 38, é fotógrafo com mais de com 20 anos de experiência. “Não adianta chegar estressado para fazer uma foto de um personagem. Se o entrevistado não ficar no angulo certo, você vai ter que produzir e dependendo do assunto, dar o enquadramento correto". Essas estão entre as principais frases de Souza que conta um pouco de sua experiência com fotografias.

Entrevistado na terça-feira pelos alunos do 6º semestre de Jornalismo no Unitoledo, o fotógrafo começou no Jornal A Comarca com 16 anos. "Entrei nesta empresa como entregador de jornal, fiquei um ano nesta função. Comecei a me interessar por fotografia um ano depois Aí me tiraram da entrega e me colocaram na parte de produção de fotocomposer e barras de chumbo. Nas minhas horas vagas eu ficava revelando filmes e então aprendi a ser um laboratorista. Em 1988 um fotógrafo iria sair da empresa, foi onde eu comecei a tirar fotos. Errei muito, mas comecei também a acertar. Peguei o jeito legal em 1989." Souza adquiriu mais experiência com um curso que fez sobre fotografia no Senac.

O fotógrafo ama sua profissão, contudo diz que nem tudo são flores. "Eu fiquei muito chocado, quando ainda no começo da profissão, fui tirar uma foto perto de Bilac, onde, num acidente, o carro capotou e o motorista morreu. A hora que o pessoal do IML foi tirar um crucifixo do corpo o mesmo enroscou na cabeça. Conforme iam puxando a parte de cima do cranio do cadáver ia saindo. Fiquei três dias sem comer. Esse evento foi muito chocante para mim, contudo a editoria que mais gosto de fazer fotos hoje é a de polícia, não só por causa da adrenalina, mas também porque é a mais comentada."

Souza fala de como sair na frente quando o assunto é criatividade: "O fotógrafo tem que ter feeling. Muitas pessoas vão querer fazer a imagem, mas tem que ter criatividade e sempre estar atento sobre a linha editorial da matéria. Sempre devemos estar com a câmera na mão. O material deve ser exclusivo e se precisar subir uns dois degraus, agente acaba tendo uma imagem diferenciada." O bom fotografo tem que estar por dentro das tendências de fotografia. "Eu assino duas revistas sobre fotografia e sempre leio sobre o assunto, a final de contas agente tem que saber de tudo a respeito de nossa profissão, senão ficamos para trás", disse Souza.

Ele trabalha na Folha da Região há mais de 10 anos e dentre suas fotos que saíram na capa conta a história de uma: "Uma senhora foi morta por um cachorro da raça pit bull. A foto é a boca do pit bull cheia de sangue da senhora. Ele foi sacrificado por vizinhos da senhora." Souza teve que pensar rápido porque não tinha o que fotografar e então teve que ser criativo. "Os parentes das vítimas não queriam contato com a imprensa, eles estavam muito chocados, e aí quando acho que a matéria iria ficar sem uma boa foto, tive a idéia de fotografar a boca do cão com o sangue escorrendo."

Souza fala sobre a necessidade de ser simpático com todos: "O importante é você fazer muita amizade com as pessoas, só assim teremos, pessoas nos informando sempre sobre qualquer coisa que dê uma boa foto. Se você chega estressado em algum lugar, já com a cara amarrada e nervoso, as pessoas se fecham e o trabalho não flui", finaliza Alexandre Souza.

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